Alunos e leitores





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Existem dois tipos de leitores: aquele que lê somente e aquele que lê e reflete sobre o que leu. No primeiro caso, o autor pensa por ele, no segundo, ele é o autor dos seus próprios pensamentos. É gestor da sua reflexão, porque é tomado pelo desejo da criação. Conforme diz Rubem Alves, o que permanece de um texto não é o que está escrito, mas o que faz pensar. “Eu jamais pediria que um aluno repetisse o que um autor escreveu, num texto. Jamais pediria que ele ‘interpretasse’ o autor. Pediria, ao contrário, que ele escrevesse os pensamentos que ele pensou, provocado pelo que leu”.

Quando educamos verdadeiramente na escola, não desejamos que o aluno replique o que somos, mas que seja o autor de sua própria história e, atentando para o seu coração, se lance ao amor, na tentativa de superar seu inacabamento. Quando um músico ouve a execução de uma obra, seus ouvidos e coração lhe sugerem melodias pelo arrebatamento dos seus sentidos musicais. Ele cria novas harmonias, porque é afetado pelo amor à música. Quando se lê por amor criam-se caminhos novos para o entendimento do que é lido, ampliando os registros de nossa memória, no ambiente de nossa alma. “O prazer da leitura é o pressuposto de tudo mais. Quem ama ler tem nas mãos as chaves do mundo”, afirma Rubem Alves.

Surge então a pergunta? Aprendemos por que lemos ou por que pensamos? Se aprendemos por que pensamos, o que move os nossos pensamentos? Com efeito, o que move nossos pensamentos é o desejo, a necessidade, o amor, pois as nossas melhores escolhas são qualitativas: o que nos faz amar, o que nos dá prazer, o que nos afeta. Quando aprendemos a ler não é a sintaxe ou a morfologia que nos induz, mas as emoções das palavras. Diante disso, muitas práticas educativas no ensino da leitura e da escrita na escola poderiam ser revistas.





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