Ferramentas e formação docente





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Qualquer reflexão sobre o futuro da educação e da formação de professores deverá atentar para os movimentos e as interações afetivas nos espaços de aprendizagem, que reorganizam a relação com o saber por meio dos interesses e desejos do aprendente. Não somente isso, mas deve atentar também para a condição docente de prazer e bem-estar, pois o professor deve amar o que faz. A Revolução Industrial, iniciada na segunda metade do século XVIII, teve profundos impactos nas relações entre professor e aluno. Diferentemente da ferramenta utilizada durante séculos nos processos de produção, a máquina veio substituir o esforço humano, passando a ser uma extensão muscular do homem. A máquina a vapor, então, ocupa o lugar de grande parte da força física e da energia do trabalhador fabril. Na segunda revolução tecnológica, a partir do Século XIX, a máquina tornou-se uma extensão sensorial e semântica (no sentido das palavras e dos signos que servem à comunicação humana), como o telefone, o cinema e principalmente a TV.

A idéia industrial da autoridade hierárquica do patrão sobre o empregado seria replicada na emissão e recepção no mundo midiático e na relação entre professor e aluno, o que se tornaria, nas palavras de Paulo Freire (2005), a educação de “A para B”. Entretanto, na terceira revolução tecnológica, que ocorre com os usos das novas tecnologias digitais (computadores, internet, etc.), a máquina torna-se uma extensão cerebral do homem. Uma extensão cognitiva e criativa. Surgem as tecnologias de inteligência, nas quais, o usuário manipula com proficiência o conteúdo, propiciando novas idéias e novas formas de criação e aprendizagem. Elas renovam as nossas relações com a imagem, com a escrita, com a língua, com o conhecimento e com o outro, outorgando-nos autonomia. Tornam-se um novo espaço de produção cultural, interferindo nos conceitos de ensino e aprendizagem. Na verdade, elas demandam, ao contrário de um modelo autoritário, uma flexibilidade na relação com o conhecimento, dentro de uma pedagogia Freiriana de educação de “A com B”.

Se a Revolução Industrial e concepções capitalistas de trabalho e produção trouxeram totalitários modos de tratamento do homem com seu semelhante, com inegável influência na educação, esta nova revolução traz seus matizes para dentro das salas de aula, onde o modelo da relação não dialógica torna-se anacrônico diante da diversidade discente, principalmente em escolas inclusivas. O aluno não pode mais ser excluído da construção da sua aprendizagem, pois aprende nas suas trocas no mundo afetivo e social, ao mesmo tempo em que se torna o seu principal interlocutor na aquisição do conhecimento.





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Eugenio Cunha

22/07/2009 - 12:47:15

Valeu, Jessé manda o link do seu pra gente ir trocando ideias! abraço!




Jessé Renato

22/07/2009 - 12:43:32

Parabéns Geninho pelo seu blog. Abraços Jessé Renato.