Volta às aulas no país das crises
Hoje, a escola deve ser um lugar de gestão social, na qual se vislumbram
alternativas perante desafios e empecilhos
O DIA
Rio - O início de um período letivo
proporciona sempre novas expectativas para pais, alunos e mestres. Entretanto,
este ano, as escolas enfrentam o desafio de levar seus projetos
pedagógicos para as salas de aula, diante da crise política e econômica no país,
com cortes de gastos nos setores público e privado. O quadro traz inevitáveis
consequências à Educação e a sensação de que estamos andando para trás.
Esse contexto pode ser sinal de desânimo quando
primamos por melhor qualidade no ensino. Mas, também, pode ser grande
estímulo quando pretendemos fazer coisas boas em qualquer situação. Casos de
superação e resiliência são comuns na educação escolar. Instituições com poucos
recursos, em regiões precárias, têm conseguido excelentes resultados, utilizando
criatividade, compromisso e dedicação, além de uma boa dose de talento.
Um dos segredos do sucesso desses espaços
de aprendizagem é que gestores, professores, pais e alunos percebem que as
dificuldades podem ser um solo fértil para disseminar conquistas, quando se
olha também para as possibilidades que elas apontam.
Cria-se o sentimento de pertença, e a relação entre
professor e aluno torna-se solidária. São todos atores do processo de aprender
e de ensinar, trazendo, invariavelmente, a família como elemento indispensável,
difundindo o saber compartilhado e colaborativo, com acesso permitido
a todos.
Hoje, a escola deve ser um lugar de gestão social,
na qual se vislumbram alternativas perante desafios e empecilhos. Uma delas é
buscar parcerias fora da escola, por meio de projetos que trazem o envolvimento
da comunidade local, com a colaboração de empresas, associações de moradores
dentre outros potenciais parceiros. É visível o engajamento de muitos quando a
teoria sai dos livros e se apresenta à realidade cotidiana, bem mais perto de
nossa existência.
Outra possibilidade é produzir talentos e a
capacidade de gerenciar problemas em tempos difíceis, com foco nas soluções,
indo além dos conteúdos dos currículos escolares, desenvolvendo aspectos
cognitivos, sociais e afetivos nos aprendentes. Se eles estão em sala de aula,
é impreterível que se forme uma geração que aprenda a superar crises. A escola
ainda é o melhor caminho para isso, e as experiências da vida seu melhor
material pedagógico.
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