Afeto e inclusão: um olhar sobre as práticas docentes
As demandas na sociedade contemporânea fazem emergir a necessidade de novas práticas inclusivas na escola, em razão da diversidade discente. Trazer o afeto do aprendente para a sala de aula pode ser um caminho para incluir com qualidade o aluno da educação especial, incluindo também seus sonhos, ideais e interesses: os atributos qualitativos do seu mundo afetivo.
O afeto não é nenhuma nova teoria pedagógica, nem a mais nova descoberta científica para dar-nos melhor qualidade de vida. Trata-se de algo que acompanha o homem desde o nascimento da sua história. Todavia, às vezes, fica despercebido nas relações humanas que, por sinal, são humanas por causa dele. Representa o que traz sentido, o que colore a aprendizagem e, certamente, o que mais contribui para a conservação do saber adquirido. É apropriado que o professor seja tomado pelo afeto, porque Já não se aprende mais como antigamente, decerto, não se deve ensinar como sempre se ensinou.
O afeto é um instrumento pedagógico que precede ao uso do giz e da lousa, todavia, não se tornou anacrônico. O afeto é científico: ao consumar o afeto, o cérebro recompensa o corpo por meio da liberação de impulsos químicos que trazem a sensação de prazer e de alegria. Ser afetivo não é ser adocicado. Ser afetivo é utilizar no anfiteatro das emoções um eficaz e real instrumento pedagógico que funciona como mediador da aprendizagem, trabalhando a memória e a cognição. Em termos práticos, é trazer para o campo da educação o interesse e o amor dos atores da escola. Um aluno que ama aprender, aprende melhor; um professor que ama ensinar, ensina melhor.
Porém, não podemos nos iludir achando que basta amar para ser bom professor. Antes, se eu amo, eu estudo, eu pesquiso, eu trabalho e, desta forma, adquiro instrumentos mediadores essenciais ao exercício docente. A carga de amorosidade que está em mim me faz ser um aprendiz do saber para exercer com equidade o meu ofício. A carga de amor que está em mim me faz interessado e responsável em descobrir alternativas nos processos de ensino e aprendizagem. Igualmente, a carga afetiva do aluno o faz irromper a lugares ainda desconhecidos de aprendizagem e saber.
Se não podemos ser afetivos sem adquirir os predicados necessários ao exercício docente, tampouco podemos exercer a prática pedagógica sem os atributos do amor, principalmente quando falamos da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais.
Podemos dizer que o afeto possui três dimensões: a pessoal, que desenvolve a autoestima do professor e do aluno, revelando as raízes da motivação e do interesse; a social, estabelecendo as relações com aqueles que estão no campo escolar e que podem tornar o ambiente instigante para a aprendizagem: a pedagógica, que estimula os vínculos do aluno e do professor com o objeto de estudo, produzindo a afinidade com o processo de ensino e aprendizagem, na troca de saberes docentes e discentes, na cumplicidade de fazer o percurso tão prazeroso quanto a chegada.* campos obrigatórios
Airton Junior
20/04/2014 - 00:00:00
Ola professor, Sou formando em Pedagogia e minha temática e afetividade. Gostaria de saber se você possui algo relacionado sobre a afetividade (amorosidade) do aluno pelo professor e não pelo aprender? Quero falar sobre estímulos afetivos que possam desenvolver a aprendizagem. abraços.
Airton Junior
20/04/2014 - 00:00:00
Ola professor, Sou formando em Pedagogia e minha temática e afetividade. Gostaria de saber se você possui algo relacionado sobre a afetividade (amorosidade) do aluno pelo professor e não pelo aprender? Quero falar sobre estímulos afetivos que possam desenvolver a aprendizagem. abraços.
Rosangela
28/01/2014 - 00:00:00
Ola professor, sou professora de geografia mas sou amante de seus livros onde tenho lido e adoro.um que eu gostaria de lê é o Afeto no Ensino, na minha cidade não tem sou de mato grosso
Olá Rosangela muito bom ler sua mensagem. Fica com Deus abraços
Edinéia Mora
09/06/2013 - 00:00:00
Olá professor Eugênio. Estou concluindo minha pós em educação e o tema de artigo sugerido é sobre a inclusão e a exclusão nos tempos atuais. Estive lendo seus materiais e encontrei muitas coisas interessantes. Gostaria que me desse mais ideias se possivel sobre este tema. Agradecida
Olá Edinéia, bom receber sua mensagem. Você pode falar sobre a formação do professor para trabalhar na escola inclusiva. O que acha? abraço eugenio
Michelle
30/03/2013 - 00:00:00
Olá Professor. Você tem alguma literatura sobre o processo de inclusão para as crianças portadoras de Síndrome de Asperger? Leio muito sobre o Autismo, mas as crianças acometidas pela síndrome de Asperger tem peculiaridades bem diferentes, sendo assim, não tem como eu descrever, me baseando somente pela literatura sobre o autismo. Preciso de algo mais específico para Asperger.
Olá Michelle, há bons textos em livros e artigos. Acho que se você filtrar sua pesquisa na internet você acha muita coisa, abraço
Marisângela Gonzaga
12/03/2013 - 00:00:00
Olá Professor, estou fazendo a inscrição para o mestrado em educação e minha pesquisa será em cima da afetividade em sala de aula e o quanto o vínculo afetivo pode contribuir para o ensino aprendizagem... Gostaria se possível de algumas indicações de leitura, autores, livros e tudo mais que o senhor puder me indicar... Obrigada, atenciosamente
Olá Marisângela, bom receber sua mensagem. Faça uma visita no site da editora:www.wakeditora.com.br Lá tem muitos livros bons que poderão de ajudar. Mantenha contato sempre abraço eugenio
ary anne cesar
11/01/2013 - 00:00:00
olá, gostaria de receber mais informações sobre este tema, pois estou desenvolvendo minha tese de mestrado relacionado a afetividade. obrigada
Olá , obrigado pelo seu contato. Todos meus livros tratam da afetividade. Um, especificamente, "afeto e aprendizagem", trabalha o tema mais profundamente. Há também o livro "Práticas pedagógicas para inclusão e diversidade". Você pode encontrar alguma coisa sobre o tema nessas duas publicações. Podemos também trocar informações por aqui, caso você queira. Estarei sempre aqui quando precisar. Um grande abraço eugenio
Fátima Alves
06/11/2012 - 00:00:00
Eugênio Cunha sou meio suspeita para ditar palavras sobre ti. Para mim reinas numa sabedoria de muita verdade, lógica e afeto. Demonstra através de suas palavras sua convicção e me faz acreditar que tens sempre razão. Parabéns por este que exprime toda a delicadeza de sua certeza. Aliás me senti na obrigação de utilizar um parágrafo em mais um dos meus empreendimentos (me permite?) Bj. Fátima Alves
Olá Fátima, quanta generosidade em suas palavras. Você sempre pode. Sinto-me honrado pela sua visita e por colaborar em seus empreendimentos, assim como você tem colaborado nos meus. bjs eugenio
Doralice Santos
31/08/2012 - 00:00:00
Olá Professor Eugênio que maravilha conhecer suas obras educacionais! Não tinha muito conhecimento de seus trabalhos, agora vc estar nos meus teóricos favoritos e vou compartilhar, pois acredito que nenhuma educação sem amor é completa...sempre acreditei que o outro método da educação se chama amor...Boa Sorte em seus caminhos! continue acreditando e escreva aquilo que talvez não está nos currículos mas de certo estar na vida.
Olá Doralice,obrigado pelo carinho. Lindas as suas palavras. Deus te abençoe sempre. Eugênio
Ana Cristina Araújo
08/08/2012 - 00:00:00
Gostei do texto. Muito esclarecedor.
Obrigado Ana, visite sempre o site. Você é educadora? Um grande abraço eugenio
rosana ostermann
04/07/2012 - 00:00:00
Atraves do afeto estreitamos a relação professor aluno, abrimos bechas para que singularidade de cada ser aprendente/ensinante aflore. Maior possibilidade de construção de conhecimento.
Olá Rosana, você tem toda razão em seu comentário. Obrigado pela visita, volte sempre eugenio
Delva Maria
28/05/2012 - 00:00:00
Oi Professor! Parabéns pelas palavras! Afeto e inclusão são temas bem reais. Estou cursando a Pós em Psicopedagogia e após uma palestra ministrada por você em BH "Como lidar com autismo em sala de aula" e por ter um aluno autista na Escola onde trabalho, tive a certeza do que escrever no meu artigo. Obrigada pelo caminho a seguir, não é fácil e nem impossível, mas interessante e curioso.
Olá Delva, muito bom receber sua mensagem. Obrigado pelo carinho, Sinto-me honrado por sua escolha. Desejo-lhe sucesso e estarei aqui sempre que você precisar. um abraço fraterno, eugenio
Helio de Oliveira
18/05/2012 - 00:00:00
Olá professor, estou visitando o site pela primeira vez e gostei muito do seu trabalho. No texto acima, adorei o trecho "ser afetivo não é ser adocicado". Muitos confundem afetividade no exercício docente com permissividade (e até passividade). Longe disso, percebi que o afeto na docência exige a presença constante do professor atuante e participativo. Também achei que sua verve me lembra os escritos de Rubem Alves, de quem gosto muito (um deles é "Entre a ciência e a sapiência") Abraços, Helio
Olá Helio que prazer tê-lo no site. Obrigado pela visita. Realmente, trabalhar o afeto na educação não é ser "adocicado" e nem "permissivo", mas é utilizar o interesse, o desejo e o amor como instrumentos na mediação pedagógica. Isto é científico. Sobre o Rubem Alves, comecei na educação por meio dos seus livros e, também, lendo os escritos de Paulo Freire. São ótimos professores. Percebo que você escreve muito bem, pode utilizar o site, se quiser publicar algum texto. Será um prazer. Vamos manter contato, um grande abraço eugenio