Ensino, pesquisa e amor





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“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.”         (Paulo Freire)

A professora Elizabeth ensina Matemática. Apesar de o assunto parecer refratário para a maioria, ela conquista os alunos que assistem às suas aulas utilizando os materiais didáticos e a sua paixão pela matéria. Em alguns momentos, eles permanecem tão compenetrados e em profunda reverência, que apenas por perguntas pertinentes de evidente interesse o silêncio será quebrado. Frequentemente, ela usa exemplos do cotidiano para que eles identifiquem as questões matemáticas nas experimentações da vida diária.

Outro professor, que é conhecido entre os alunos pelo cognome “Sargento Garcia”, depara-se com a desordem da classe: à surdina, borrachas são atiradas, pedaços de giz são jogados ao alto, aviõezinhos de papel alçam vôos e aterrizam. Tudo acontece durante as aulas, sem que ele consiga pegar o responsável. Recorrências à sua fala de tom monocórdico e uma resposta da classe à dispersão e ao desinteresse. Ele não possui segurança no conteúdo da sua matéria. Não há segurança porque não estuda, porque não ama. Os resultados recaem sobre os alunos. Das suas aulas, pouco é conhecido do conteúdo, a não ser que ele explica e poucos aprendem.

Esses dois momentos podem existir em uma mesma classe, porque o que os torna mais diferentes não é o espaço físico, mas a qualidade das aulas. Ambas afetam, mas de forma absolutamente dissimilar. Com efeito, ainda que ocupem o mesmo espaço, poderão formar educandos com qualidades frontalmente opostas em razão da atuação docente. Na primeira situação, os alunos são apresentados a conteúdos matemáticos, sem que sejam desconvidados a pensar. Aprendem a amar a matemática porque descobriram o prazer nas suas reflexões lógicas que se encontram com o empirismo do dia-a-dia. Descobrem saberes palpáveis em seu mundo e não saberes intangíveis de outro planeta.

Em razão do conhecimento prévio do conteúdo, o professor possui o domínio da matéria e, por conseguinte, sabe como promover o aprendizado dos seus alunos. Entretanto, além disso, ele ama o que faz. O seu amor provoca o amor da classe, como resultado, há o aprendizado.

 





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Eugenio Cunha

22/01/2009 - 08:49:28

Valeu Rosita, tudo que fazemos com amor faz a diferença!!! Cordiais abraços, eugenio




Rosita

22/01/2009 - 00:35:07

Que bom que passei por aqui hj. Encontrei uma publicação fresquinha e muito legal. Após fazer a leitura me veio na cabeça de imediato um trechinho de uma música do Fagner "o amor deixa marcas que não dá pra apagar". Quisera que todo professor soubesse disso! Não tenho dúvidas de que aprender com prazer, faz a diferença. cordiais abraços,