Escolas de SP usam recreio para aplicar jogos e brincadeiras antigas





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Escolas particulares de São Paulo começaram a organizar a brincadeira das crianças no recreio. Para substituir a correria habitual do intervalo, elas estão oferecendo espaços onde os professores ensinam a brincar com jogos de tabuleiro ou com brinquedos antigos. Há as que oferecem até cantos de leitura.

O objetivo é transformar o recreio em um momento de aprendizagem. ´Quando a criança aprende a brincar, ela aprende a respeitar regras, a saber esperar, a respeitar limites. A gente quer trabalhar a convivência´, diz Regina Di Giuseppe, coordenadora do colégio Santo Américo (zona oeste), que oferece atividades no recreio desde o ano passado.

Para a educadora Marisa Elias, do curso de pedagogia da PUC-SP, a ação das escolas é positiva, mas os alunos não podem ser obrigados a participar. ´Não pode impor, recreio é liberdade. A criança não pode sair de uma sala de aula e ter que sentar na cadeira para jogar xadrez durante o intervalo.´

As escolas dizem que as atividades não são obrigatórias, mas a maioria dos alunos participa. O Pentágono do Morumbi (zona oeste) há cerca de um ano passou a oferecer seis estações de brincadeiras: jogos de tabuleiro, jogos de mesa (como xadrez), música e coreografia, jogos de quadra, brincadeiras folclóricas e leitura. Os alunos vão para a que preferem.

O cantinho de que Arnaldo Rosim, 6, mais gosta é o de jogos de tabuleiro. A mãe diz que ele levou o gosto para casa. ´Hoje ele chama a gente para brincar e passa menos tempo no computador, brincando sozinho´, afirma Luciana Rosim.

A iniciativa das escolas é justamente uma espécie de contra-ataque ao vício das crianças pelo computador. ´A gente percebe que hoje eles passam a maior parte do tempo entretidos com jogos eletrônicos e têm dificuldade de iniciar uma brincadeira. Eles estão sempre à espera de alguém propor´, diz Mitzi Moniz, coordenadora pedagógica do Pentágono.

Maria Angela Carneiro, do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP, conta que há pouco tempo fez um experimento em uma escola que coordenava: pediu que as crianças propusessem uma brincadeira. Ela se assustou quando viu os alunos colocarem o pé na parede e dizerem que estavam brincando de tomar sol. ´Isso demonstra que há uma falta de repertório de brincadeiras.´

No ´Cantinho do Brincar´ do Santo Américo, professores propõem desafios de grupo, brincadeiras com massinhas, concurso de karaokê e até assembleias –para ajudar as crianças a expor as preferências com mais clareza.

Brincadeiras antigas estão entre as mais procuradas. ´Cabra-cega é muito popular´, conta a aluna Isadora Monteiro, 10.

Vigilância

Nas atividades oferecidas pelas escolas, os professores ensinam as regras dos jogos e também supervisionam as brincadeiras. Com isso, o número de brigas diminuiu, contam.

Maria Angela, professora da PUC-SP, afirma, no entanto, que as crianças deveriam ter mais liberdade. ´Elas acabam esperando que o professor dirija tudo e perdem a oportunidade de ter autonomia. Podem virar adultos inseguros, que não sabem tomar decisão´, alerta.

Fonte: Folha Online

 





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